Notes for Francisco Aarão Saragga

Páginas genealógicas de Carlos Tabosa Saragga Seabra

Notas para Francisco Aarão Saragga

"Foi o primeiro Saragga a vir para Portugal. Fê-lo por volta de 1835, a convite do governo português e como representante de seu pai, para o fornecimento em grandes quantidades de gado bovino importado da Argélia". [Genealogia Hebraica, de José Maria Abecassis]

"Na bibliografia hebraica, este Professor surge como Francisco Aarão Saragga, nascido em Argel em 1796, e um dos principais membros da comunidade judaica de Lisboa no século XIX. Terá sido o
primeiro Saragga a vir para Portugal após a implantação do Estado Liberal.

A sua vinda para Lisboa é apontada por Abecassis, na sua Genealogia Hebraica, para o ano de 1835 devido a negócios directos com o governo português a propósito de uma larga importação de gado bovino. Francisco Saragga é o agente da família em Portugal e é o familiar próximo de Jacob Bensabat que ficara como fiador deste grande negócio. De apontar que, concorrendo para o facto de Saragga aparecer como agente em Portugal, aparentando já antes cá residir, já em 1820 ele está inscrito no Seminário de Santarém, contrariando assim o dado de Abecassis.

O interesse de Francisco Saragga pelo estudo do hebraico pode ter como indicador a educação dado ao seu filho Salomão que terá um percurso académico em Paris, sendo próximo de Ernest Renan, e tendo sido, em Lisboa, um dos signatários das «Conferências do Casino».

De registar, também como indicador do perfil e peso social de Francisco Saragga, que quando uma vez este adoece, recebe em casa a visita do Imperador do Brasil, Pedro II.

Assim, é importante equacionar, no já criado quadro de afastamento deste saber do mundo teológico, o peso, quer do indivíduo Francisco Saragga, quer da própria comunidade judaica de Lisboa. O interessante, pelo que de transtornador tem, é que nenhum judeu faz exame de hebraico neste período
- supomos que seja reflexo simples da aprendizagem maternal e familiar que se fazia da língua."

[extraído de http://www.fl.ul.pt/estudos_sefarditas/textos_5.htm]